O atual 12.º Tai Situpa é um mestre budista da tradição Karma Kagyu. Foi um dos mais próximos alunos do 16.º Gyalwang Karmapa e, por sua vez, tornou-se o principal mestre do atual Gyalwang Karmapa, Orgyen Trinley Dorje. Situ Rinpoche supervisiona uma vasta rede de mosteiros, centros de retiro e centros de Dharma Karma Kagyu a nível mundial e contribui grandemente para o treino da próxima geração de mestres budistas. É também um académico, poeta, calígrafo, artista, autor, arquiteto e geomante.
Nascido em 1954 numa família de agricultores na zona de Derge, província tibetana de Kham, Pema Donyö Nyingche Wangpo foi considerado uma emanação do futuro Buda, Maitreya. No dia do seu nascimento, toda a região testemunhou duas orbes solares iluminando o céu. Os detalhes do seu nascimento concordaram em completo com as previsões do 16.º Karmapa, realizadas numa carta escrita após este ter tido uma visão respeitante ao renascimento de Situ Rinpoche.
O jovem Tai Situ Rinpoche foi levado para o mosteiro Palpung e, com 18 meses de idade, foi aí entronizado pelo 16.º Karmapa. Nessa altura, foi confirmado que reconheceu claramente os atendentes e discípulos do seu antecessor, o 11.º Tai Situpa. Aos seis anos de idade, devido às condições que se deterioravam sob a ocupação chinesa, fugiu do Tibete para o exílio juntamente com o 16.º Karmapa e o 6.º Mingyur Rinpoche. Viajou primeiramente para o Butão e, após recuperar da doença e exaustão, reuniu-se com o Karmapa no mosteiro Rumtek, em Sikkim. Situ Rinpoche recebeu então o seu treino formal da parte do Karmapa, de Dilgo Khyentse Rinpoche e de muitos outros grandes mestres.
Em 1874, quando tinha 21 anos, Situ Rinpoche viajou até Ladakh para tomar conta de dois mosteiros que haviam sido oferecidos ao 16.º Karmapa. No ano seguinte assumiu as suas responsabilidades tradicionais ao fundar o centro monástico de Sherab Ling (perto da cidade de Bir, no estado indiano de Himachal Pradesh), a pedido dos seus alunos tibetanos que se haviam instalado no norte da Índia. Em 1980 realizou a sua primeira viagem à Europa, tendo desde então viajado extensivamente, ensinando filosofia budista e meditação por todo o mundo.
Em resposta ao interesse ocidental em atividades multiculturais e espiritualidade, Tai Situpa fundou o Instituto Maitreya, um fórum para o diálogo inter-religioso, em 1983. No inverno seguinte, voltou ao Tibete pela primeira vez desde o início do exílio. Foi convidado a ir a muitos mosteiros, de todas as linhagens do budismo tibetano, onde deu ensinamentos e empoderamentos, um dos quais foi assistido por mais de 100.000 pessoas. Durante a sua visita, apresentou também às autoridades chinesas um plano com vista à reconstrução, preservação e propagação da cultura budista tibetana.
Em 1989, Situ Rinpoche liderou a Peregrinação pela Paz Ativa, com vista a inspirar os diferentes povos a trabalhar pela paz mundial. Foi realizado um documentário sobre o evento, que incluiu uma audiência com o papa João Paulo II; um intercâmbio com monges beneditinos em Assis; preces pela paz no monte Shasta, na Califórnia; e um diálogo inter-religioso, na Índia, entre os líderes espirituais das principais religiões mundiais. Dois anos depois, regressou ao Tibete, onde ordenou 1200 monges e monjas e transmitiu uma série de importantes ensinamentos à comunidade budista.
Enquanto mestre budista, Tai Situpa percorre o mundo dando ensinamentos e empoderamentos e oferece cursos de longa duração sobre Mahamudra em Sherab Ling, para orientar os alunos através dos mais profundos ensinamentos Karma Kagyu. Em 2005, Tai Situpa transmitiu a totalidade dos ensinamentos da linhagem Mahamudra (que havia recebido do 16.º Karmapa) ao 17.º Karmapa.